Literatura De Cordel
Em sua história, os folhetos não se destinavam a nenhum tipo de público em especial. Isto é, não havia cordel para mulheres, para crianças, para adolescentes. Hoje, em contextos em que há pouco espaço para uma experiência com a literatura oral mediada pelos adultos, em locais como mercados e feiras, terreiro de casas e alpendres, é preciso pensar novos espaços/situações para apresentar o cordel às crianças e jovens.
Há em muitos cordéis, traços como o predomínio da fantasia, inventividade ante situações inesperadas/complexas, musicalidade expressiva, caráter fabular, marcas comuns à literatura para crianças. O humor é presença marcante tanto na poesia para crianças quanto no cordel.
2.1 O mundo dos bichos
A leitura de cordéis para crianças e/ou com as crianças em sala de aula amplia o repertório infantil de convivência com bichos e, sobretudo, sua capacidade de brincar com os ritmos da língua e os voos da fantasia.
O caráter lúdico é o que predomina. As histórias de bichos são estruturadas de modo diversos de outros folhetos, ou seja, quase sempre cada estrofe encerra uma situação que não tem necessariamente ligação com as demais. Trata-se, portanto, de uma apresentação do animal em ação. Na escola, nas ocasiões de leitura ou à noite, antes de as crianças dormirem, o cordel poderia ocupar um lugar privilegiado ao lado da literatura infantil.
A leitura integral do folheto com as crianças, destacando a delicadeza com que cada animal se prepara para ouvir o sabiá, pode resultar em uma descoberta da natureza. Pode-se discutir também, de acordo com o nível da turma, a própria função da arte – no caso do canto e da poesia – estaria ligada à ideia de suspensão, de encantamento.
2.2 Espertezas e malandragens
Uma sequência didática que contempla a leitura de diferentes folhetos desta estripe pode favorecer o conhecimento de um tipo popular constante em nossa literatura.
O dinamismo da cultura, o poder que tem de se