literatura contemporânea
Momento histórico Nas últimas décadas, a cultura brasileira vivenciou um período de acentuado desenvolvimento tecnológico e industrial; entretanto, neste período ocorreram diversas crises no campo político e social. O período de normalidade democrática após a deposição de Getúlio Vargas (1945) durou menos de 20 anos. À euforia desenvolvimentista do governo Kubitschek (1956-1961) sucederam-se crises políticas que levaram a um golpe militar (1964). O novo período ditatorial, mais longo que o do Estado Novo, duraria vinte anos, encerrando-se apenas em 1985, com a eleição de Tancredo Neves. Os conflitos político-ideológicos de todo esse período refletiram-se intensamente na produção artística e literária. As décadas de 1960 e 1970 foram marcadas pela supressão dos direitos civis através de Atos Institucionais, pela cassação de direitos políticos, pela censura aos meios de comunicação e às manifestações artísticas, pela repressão policia, pelo exílio dos opositores ao regime e pela prática da tortura. Paralelamente, o regime militar deu continuidade à abertura da economia ao capital estrangeiro e promoveu o “ milagre econômico” (governo Médici) visando a tornar o Brasil uma potência emergente. Após a grande campanha pelas eleições diretas, o primeiro presidente civil, Tancredo Neves, foi ainda eleito indiretamente e morreu antes de tomar posse. O cargo foi assumido pelo vice presidente José Sarney (1958-1990): durante seu governo foi elaborada a atual Constituição, que ampliou os direitos individuais e a liberdade civil. Em 1990, a primeira eleição direta criou grandes esperanças de renovação, frustradas pelos escândalos, corrupção e incompetência, que levaram ao afastamento do presidente, Fernando Collor de Mello (1992). As últimas décadas (governos Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Luís Inácio Lula da Silva) têm sido marcadas pela busca da estabilidade econômica e pelas reformas