literatura comparada
Do tradutor o processo de tradução exige desempenho que ocorre em dois momentos distintos: a) quando se faz interlocutor, sob o ponto de vista linguístico e cultural, do autor e de seus leitores; b) quando a interlocução se dá entre ele, tradutor, e os leitores da língua de chegada (BAKHTIN, 1999, p. 32).
Do ponto de vista da literatura-língua-meta, toda a tradução implica um grau de manipulação com uma finalidade concreta (HEVEN-ZOHAR, 1985, p. 11 apud HURTADO ALBIR, 2001). A partir disso, chega-se à evidência de que traduzir não é, portanto, uma atividade intelectual secundária. Pelo contrário, é
fundamental como veículo de aproximação entre culturas e requer conhecimentos específicos aliados a um domínio proficiente não apenas do ponto de vista sociolinguístico, mas também sócio-cultural nas línguas - a língua original (LO) e a língua de chegada (LC).
A tradução não busca dizer isto ou aquilo, mas remarca a afinidade entre as línguas exibindo sua própria possibilidade. Traduzir assume uma proporção que excede a de se constituir em processo de transferência de palavras de um texto escrito a outro. O texto original destina-se a um público leitor que compartilha com o autor apenas a língua de expressão.
Nunca teremos certeza de a tradução ser totalmente fiel à língua original, por muitos motivos óbvios, como, por exemplo, pesquisa por pensadores e intelectuais, que deixam claro: dependendo de cada região ou mesmo de culturas diferentes, temos palavras com vários significados, no teor da tradução. As mudanças são constantemente de acordo com espaço e tempo.
A literatura comparada originou-se de um processo metodológico aplicável às ciências, de comparar ou contrastar. Segundo esse processo, portanto, Max Koch, fundador e editor de duas revistas de literatura comparada alemãs, afirma que diferentes épocas e literaturas apresentam ou criam relações e traços comuns, evoluem no tempo e no espaço, exercem influências