literatura como sistema
Ao fazer a analise do romance O Homem, de Aluísio Azevedo, foi possível constatar o posicionamento pejorativo com relação à religião. No romance, Magdá procura a religião como um meio de salvação em uma ocasião difícil da vida. Com isso, pode-se perceber que a busca pela religião tem um sentido: Satisfazer uma necessidade de momento.
A religiosidade, com todos os seus tentáculos, aparece no discurso ficcional como realidade social subordinada a um quadro complexo da psique das personagens e do meio e do período histórico em que se encontram. (SANTOS, 2007, pág 91)
A literatura anticlerical surge como uma ramificação do discurso naturalista da época.
Ao enfatizar o fisiologismo hereditário, o naturalismo se opõe frontalmente ao discurso cristão moralista. De fato, ao beber das novas águas que borbotavam das fontes das ciências naturais, em especial, o darwinismo – que comprovou a existência de um ciclo natural e histórico de transformação incessante dos reinos animais e vegetais –, o fixismoda raça humana defendido pela Igreja durante séculos é claramente questionado .(Idem, ibdem)
Podemos constatar, também, a presença do discurso científico. Analisando o discurso de Magdá, percebe-se de um lado o discurso científico e do outro o religioso representados, respectivamente, pelo Dr. Lobão e a tia Camila. Durante a leitura nota-se um tratamento de respeito com relação ao médico e um descaso com a beata. A própria descrição das personagens indica essa valorização e o detrimento do outro. O médico da família é um homem inteligente e sério; enquanto a tia Camila é descrita como a ‘idiota’, beata, “solteirona e esquisita de gênio”. Podemos constatar tais tratamentos na seguinte passagem: “Mas D. Camila era uma solteirona velha, muito devota, muito esquisita de gênio e sem jeito nenhum para fazer sala. — Uma verdadeira