Literatura Brasilera I
No Brasil, a dessacralização da arte se refletiu na adesão dos autores à linguagem popular, ao “português brasileiro”. Essa experimentação linguística é acompanhada, ainda, pela experimentação da forma: essa passa a ser congruente ao conteúdo. O público se coloca, ou é forçado a se colocar, como parte da obra. A industrialização da economia e urbanização da população resulta no cosmopolitismo da arte, assim como na sua agilidade. O Primitivismo presente nas primeiras obras do Modernismo brasileiro não é sincrônico como o europeu, não busca o exótico. Antes, busca as origens primitivas de fato, seja o índio ou o africano trazido às terras portuguesas no Período Colonial. Ainda, a influência das vanguardas se mantém presente na arte brasileira. Dessa vez não como imitação, não o índio europeizado do
Indianismo romântico de outrora, mas o índio brasileiro, o brasileiro brasileiro.
Contudo, se hoje somos uma sociedade pósmoderna cujas definições limítrofes enquanto nação estão hesitantes e intrincadas, talvez fosse possível afirmar que os contratempos encontrados pelos artistas modernistas teriam frustrado sua missão. Ora, “a poesia existe nos fatos”2, mas