Lipogenese
Lipogénese e síntese dos triacilgliceróis
1-
Embora os ácidos gordos com número par de carbonos (a maioria) não sejam substratos para a síntese de glicose, a glicose pode ser substrato para a síntese de ácidos gordos. Neste texto, quando não se especificar o contrário, a palavra lipogénese será usada no seu sentido restrito: a síntese de palmitato a partir da glicose. Contudo, com frequência, a palavra lipogénese é usada com significados mais amplos podendo incluir todos os processos metabólicos que levam à formação de lipídeos (incluindo a dessaturação e elongação de ácidos gordos e a esterificação). Quando se quer evidenciar a ideia de que não se está a incluir estes últimos processos é frequente usar-se a expressão lipogénese de novo.
2-
Comparativamente com outros tecidos, a lipogénese é mais activa no fígado, no tecido adiposo e na glândula mamária activa. Nos músculos esqueléticos a lipogénese não existe porque não existe uma das enzimas desta via metabólica: a síntase do palmitato. A metabolização do palmitato formado implica a sua prévia “activação” por acção catalítica da sintétase de acil-CoA (ver equação 1). Quer o palmitato sintetizado endogenamente quer os ácidos gordos que provêm da dieta podem, depois de activados, servir como substratos na síntese de triacilgliceróis. Ao processo de formação de triacilgliceróis chama-se esterificação. ácido gordo + CoA + ATP acil-CoA + AMP + PPi
3-
No homem adulto, a lipogénese é, nas condições das dietas mistas mais comuns nos países sem problemas de défice nutricional, uma via metabólica muito pouco activa; em geral, a massa de palmitato formada endogenamente não chega a 5% da massa dos ácidos gordos da dieta. O destino metabólico mais importante dos glicídeos é a conversão em glicogénio e, em última análise, a sua oxidação, não é a conversão em ácidos gordos [1]. Contudo, a lipogénese pode ter relevância quando existe