LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA
A lipidose hepática (LH) é um distúrbio caracterizado por extenso acúmulo de triglicerídeos nos hepatócitos, colestase intra-hepática grave e insuficiência hepática progressiva. A causa e a fisiopatogenia subjacentes permanecem pouco conhecidas. Ainda que a lipidose hepática possa ocorrer secundariamente a outras infecções (como Diabetes melittus, hipertireoidismo, neoplasias e pancreatite) se associa quase sempre com anorexia e desnutrição em gatos obesos que tenham adoecido, em um período de estresse provocado por lugar estranho, abandono, uma intervenção cirúrgica; mas a afecção é, em geral, idiopática (NELSON e COUTO, 2006).
2. FISIOPATOGENIA
Os triglicerídeos se acumulam no fígado quando a velocidade da síntese de gordura hepática supera o ritmo de sua dispersão. Os triglicerídeos hepáticos são produzidos a partir dos ácidos graxos derivados da circulação sistêmica. As gorduras circulantes provêm dos lipídeos dietéticos e reservas adiposas. Quantidade da gordura dietética captada pelo fígado é diretamente proporcional à concentração de lipídeos na circulação portal. A alimentação excessiva e constante com alimentos gordurosos pode levar a uma hipercaptação hepática. A super nutrição com carboidratos ou proteínas pode aumentar o depósito de gordura no fígado, porque este excesso de calorias é armazenado como triglicerídeos (AUGUST, 1993). A regulação do metabolismo lipídico no adipócito pode ser um fator maior do que a promoção da lipidose hepática. Muitos gatos que adoecem de lipidose hepática idiopática são obesos. A liberação desenfreada dos ácidos graxos até a reserva adiposa abundante promove a LH, porque um terço da gordura mobilizada em um dado momento pode ingressar no fígado. O fígado normal pode extrair os ácidos graxos do sangue e transformá-los em triglicerídeos em um ritmo que supera a capacidade hepática para a dispersão da lipídica. A vacuolização hepatocelular com lipídeos pode ser simplesmente uma conseqüência fisiológica da