linho arcos de valdevez
Foi no século XV que a manufatura do linho começou a entrar em declínio, agravando-se no século XIX. Apesar de tudo, esta era exercida em quase todo o País. Em larga escala, o linho sempre foi cultivado no Minho.
O Linho é uma planta herbácea de 0, 30 a 1,10 m de alto, dicotiledónea, geralmente unicaule, de folhas inteiras, alternas, sesseis, e sem estipulas. As flores são hermafroditas, brancas, azuis, violáceas, e com cinco pétalas, É composto, interiormente, por uma substância lenhosa e, exteriormente, por uma substância filamentosa ou fibrosa. É desta substância exterior que se extrai a fibra para a fabricação dos tecidos.
Não é possível localizar no tempo e no espaço a primeira vez que o homem cultivou o linho e confecionou um tecido em linho. No entanto, pelos vestígios encontrados, sabemos que foi utilizado desde tempos remotos.
O linho foi, na vida tradicional alto-minhota de outros tempos, um cultivo de todas as casas, objetos de muitos cuidados não só pelos réditos que ocasionava mas também para satisfazer as necessidades de vestir família.
Desde o campo até á toalha de mesa ou á camisa, desde a sementeira á ripagem e da massagem até ao tear, o linho obrigava a sucessivos trabalhos, familiares ou com a ajuda dos vizinhos, distribuídos ao longo do ano e geralmente feito só por mulheres. As "arrincadas do linho", as célebres espadeladas e os fiadeiros enchiam as aldeias de trabalhos, de alarido, de ocasiões de variados encontros ("quem namora ao lado do fuso, ou é tolo ou não tem uso") e de oportunidade de criação e transmissão folclórica.
As peças de linho e a sua brancura eram o espelho da dona da casa. Na nossa literatura popular, as mais diversas alusões á mulher e aos seus padrões de conduta evocam-se sistematicamente por este prisma:
"-Minha mãe, pra que nasci eu?
-Para fiar, parir e chorar."
-A fiar e a tecer ganha a mulher que comer.
-A mulher louca, antes rabeca que roca.
-Mulher que muito se mira, pouco