Linguística cognitiva cegos congênitos

O autor João Ricardo Figueiredo fez uma pesquisa de campo com alunos do Ensino Fundamental, cegos congênitos e não cegos do Rio de Janeiro. Sua pesquisa foi baseada no princípio da Linguística Cognitiva de mesclagem, e seu objetivo era fazer um estudo que pudesse contrastar a compreensão de metáforas visuais por esses estudantes. Sua hipótese é de que os estudantes cegos congênitos aprendem e formulam frases com metáforas sem entendê-las realmente, resultado da falta de estímulos visuais. Os cognitivistas não buscam uma visão da linguagem humana isolada, mas relacionada a processos de contextos reais, evidenciando a relevância das relações sociais, inseridas no contexto cultural, que leva em consideração as experiências de cada pessoa. Por não ser isolada, a linguagem é construída a partir das experiências corporais dos seres humanos, e sua interação com o meio, refletindo essas experiências no desenvolvimento linguístico.
Tendo o corpo alguma anormalidade, a conceptualização ocorrerá de uma forma diferente e os processos cognitivos sofrem uma alteração. O autor mostra então o conceito de domínios e suas subdivisões, mostrando que a construção de sentido é o resultado do estabelecimento dessas conexões entre domínios cognitivos.
As metáforas são o resultado da interação entre o aparato físico e cognitivo, assim, uma metáfora é um fenômeno resultante de um mapeamento conceptual entre dois domínios, resultando em uma mesclagem das mesmas. Um cego congênito aprende o mundo através de suas experiências corporais, porém ele será capaz de interpretar corretamente uma metáfora pela interação que tem com outros e com o ambiente. Contudo algumas situações são mais difíceis para o entendimento, pois são exclusivamente do campo da visão.
O autor propôs dois experimentos com os dois grupos de alunos. No primeiro foram apresentadas palavras relacionadas à visão, como, “brilhante”, “claro”, e pediu para que eles construíssem sentenças com essas palavras. Os resultados