Linguagem
Docente Profª Ms. Letícia Fonseca Castro Data 2012
Texto complementar 1: Aula 2
O MENTALISMO, O EMPIRISMO E O FUNCIONALISMO NOS ESTUDOS DA LINGUAGEM Fábio Bonfim Duarte (UFJF)
1. INTRODUÇÃO Este artigo pretende caracterizar três correntes do pensamento que abordam questões referentes à aquisição do conhecimento: o mentalismo, o empirismo e o funcionalismo. A razão para a escolha deste tema deveu-se ao fato de os estudos na área de linguagem estarem sempre correlacionados com uma dessas abordagens e do fato de que nem sempre está óbvio para aqueles que iniciam pesquisas em lingüística (aplicada), qual paradigma ou linha teórica a se adotar como eixo epistemológico. O artigo está organizado em quatro seções. Na seção 2, retomo os fundamentos filosóficos do empirismo e do racionalismo, procurando mostrar como o racionalismo, enquanto corrente filosófica, influenciou a lingüística a partir da segunda metade desse século. Na seção 3, propõe-se uma breve caracterização do funcionalismo. Nas seções 4 e 5, focaliza-se a abordagem dada por Skinner e Chomsky acerca da aquisição da linguagem. 2. AS DIFERENÇAS ENTRE O PENSAMENTO EMPIRISTA E O RACIONALISTA Uma das diferenças entre empirismo e racionalismo relaciona-se como os pensadores de cada corrente abordam o campo do conhecimento humano. Os racionalistas defendem que a fonte principal do conhecimento humano é a mente, uma vez que a nossa percepção e compreensão do mundo externo residem no preenchimento de certas proposições e princípios da interpretação, que são inatos, e não derivados da experiência. Segundo este ponto de vista, os seres humanos recebem um número de faculdades específicas, dentre estas, inclui-se a faculdade da linguagem, cujo papel crucial é permitir a aquisição do conhecimento. Estas faculdades não seriam determinadas por estímulos, conforme propõem os empiristas, mas pertencentes a uma herança linguística genética comum a toda espécie