Linguagem
Sócrates, um dos homens mais sábios de todos os tempos estava enganado. Apreciador da linguagem oral, achava que só o dialogo, o discurso estimulava o questionamento e a memória conduzindo o individuo a sabedoria. Sócrates temia que com o recurso fácil da escrita, os jovens de sua época deixassem de desenvolver o intelecto.
O grande filósofo intuiu que a transição da linguagem oral
para escrita seria uma revolução. Não só foi uma revolução, foi também
uma
evolução
já
que
permitiu
que
humanidade caminhasse em uma direção promissora.
a
Hoje, vivemos outra transição revolucionária: A da cultura escrita para a digital. A transição para a era digital é a mais radical transformação da nossa história intelectual desde a invenção do alfabeto grego. E este momento é histórico, pois há mudanças profundas na leitura, na escrita e talvez até dentro do cérebro humano.
Lentamente, a escrita e a leitura passaram a se dar através de telas de vidro e cristal líquido. Fossem em palmtops, computadores e notebooks, já na década de 90. Depois, vieram os smartphones e por fim os tablets e os leitores eletrônicos.No mercado americano, a
Amazon já vende mais livros eletrônicos do que físicos
A forma física que um texto adquire num papiro ou numa folha de papel não é essencialmente distinta, porém na era digital a mudança é radical. O livro eletrônico oferece uma experiência visual e tátil completamente diferente transformando a maneira como interagimos com a linguagem escrita.
Existe um certo medo de que o universo digital, com sua luminosidade excessiva, abundância de informações e seus estímulos visuais e sonoros retirem principalmente dos jovens a capacidade de se entregar a uma leitura profunda.
Isso nos leva uma mudança muito mais profunda do que apenas intervenções tecnológicas que os livros e a linguagem propriamente dita vem sofrendo. A leitura precisa ser um ato