Linguagem e a humanidade
O que diferencia o homem dos outros animais não é a linguagem. Ambos a possuem. Porém há uma diferença que está no fato do humano manter sua vontade de, a cada momento, descobrir novas linguagens. Criar. Inventar o seu papel no mundo. Eis o papel da linguagem. Não estamos dizendo que o mundo está indo para o caminho certo. O ser humano está cada vez mais destruindo seu ambiente, seu habitat. Já os animais vivem de acordo com sua sobrevivência. A evolução das espécies continua. O homem fugiu, porém, desta evolução natural, agora a evolução é social. É financeira. É econômica e macro-econômica. Quem tem dinheiro, tem poder. Quem não tem está nas mãos dos primeiros. A humanidade seguiu este destino traçado por ela própria. O habitat do indivíduo homem não é mais as matas, ou as selvas, mas é uma cidade criada pelos próprios para nossa segurança. Segurança relativa. Fizemos esta fortaleza de concreto e tijolo e asfalto para fugirmos dos perigos do mundo, mas criamos um novo monstro, nosso próprio vizinho. Estamos com medo de nós mesmos num ambiente criado por nós.
Realizar tarefas do cotidiano, planejar ações futuras e pensar sobre acontecimentos do passado são atos humanos constituídos pela linguagem e na linguagem. Emocionar-se ao ler um poema, identificar-se com uma personagem de ficção, gostar das cores e formas de uma pintura, fechar os olhos e retomar lembranças a partir da audição de uma música são atos humanos atravessados pela linguagem.
Neste sentido, é possível afirmar que nos tornamos humanos na convivência social, por meio da qual não apenas sobrevivemos fisicamente (satisfação da fome, abrigo, integridade física), mas também, psicologicamente, o que significa, proteção, segurança, afeto, conhecimentos etc. É no mundo da cultura