Linguagem e escola
Magda Soares possui graduação em Letras Neolatinas e doutorado em Didática pela UFMG. Atualmente é professora titular dessa Universidade. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Ensino-Aprendizagem. É autora de vários livros didáticos para o ensino da língua portuguesa, tais como Português através de textos, 1990; Alfabetização, 2001; Português: uma proposta para o letramento, 2002.
Neste livro, Magda tem o objetivo principal de analisar a relação entre linguagem e a escola, interessando-se em compreender o problema da educação entre as camadas populares. A obra dispõe de três teorias que justificam o fracasso da escola no Brasil: a teoria da deficiência linguística, a teoria das diferenças linguísticas e a teoria do capital linguístico escolarmente rentável.
O livro está organizado em seis capítulos, um vocabulário crítico e bibliografia comentada.
No primeiro capítulo, Magda introduz o que vai abordar e seu ponto de vista a respeito da escola, dizendo que esta, ao invés de ser para o povo, parece ser contra o povo. A linguagem que a escola tem utilizado, e quer que seja utilizado, atinge diretamente a classe privilegiada, censurando e estigmatizando a linguagem coloquial. Isso tem ocasionado o fracasso escolar das camadas populares causando altos níveis de repetência e evasão que tem ajudado no crescimento das desigualdades sociais. A autora afirma que todo esse conflito só pode ser entendido numa perspectiva social, e é nessa perspectiva que o livro se desenvolve.
No próximo capítulo, a autora relata que a escola é contra o povo, pois os altos índices de reprovação e evasão mostram que a escola ainda não está capacitada para ensinar. Para isso, ela ressalta três explicações. Uma é a ideologia do dom: a escola oferece igualdade de oportunidades e dependerá do dom de cada um para o bom aproveitamento dessas