Linguagem, língua e fala
Por Ernani Terra
Embora, popularmente, a maioria das pessoas utilize as palavras linguagem, língua e fala para designar a mesma realidade, do ponto de vista linguístico, esses termos não devem ser confundidos. É claro que a distinção que se faz entre linguagem, língua e fala tem caráter meramente metodológico, uma vez que esses três conceitos revelam aspectos diferentes de um processo amplo, que é o da comunicação humana. Isso, provavelmente, explique a razão por que a maioria das pessoas emprega essas três palavras para designar uma mesma realidade. Damos o nome de linguagem a todo sistema de sinais convencionais que nos permite realizar atos de comunicação. Você já deve ter observado que existem inúmeras linguagens: a linguagem dos surdos-mudos, a linguagem das bandeiras em corridas de automóveis, a linguagem dos sinais de trânsito, a língua que você fala, etc. De acordo com o sistema de sinais que utiliza, costuma-se dividir a linguagem em: VERBAL – aquela cujos sinais utilizados para atos de comunicação são as palavras. A língua que você utiliza para atos de comunicação é a linguagem verbal. A palavra verbal provém do latim verbale, que, por sua vez, provém de verbu, que significa palavra. NÃO VERBAL – aquela que utiliza para atos de comunicação outros sinais que não as palavras. Os sinais utilizados pelos surdos-mudos para efeito de comunicação constituem, portanto, um tipo de linguagem não verbal, muito propriamente denominado de linguagem dos surdos-mudos, e não língua dos surdos-mudos. Da mesma forma, o conjunto dos sinais de trânsito. Utilizados para orientar os motoristas, e as bandeiras que orientam os pilotos em corridas de automóveis constituem um tipo de linguagem não verbal. Embora se possa falar em linguagem dos animais, empregamos aqui a palavra linguagem com referência a uma capacidade humana. Animais falantes só existem como ficção. Até mesmo a denominada “linguagem das abelhas” não deve ser entendida propriamente