Linguagem juridica
Um texto não se constrói simplesmente a partir da junção de um amontoado de frases. Na construção de um texto, assim como na fala, usamos mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão do que se lê ou diz. Ou seja, esses mecanismos visam garantir uma articulação entre suas palavras, orações ou frases, e estabelecer uma relação lógica entre suas ideias, situações ou acontecimentos.
A articulação entre palavras, orações ou frases constitui o que chamamos COESÃO, enquanto a relação lógica entre ideias, situações ou acontecimentos recebe o nome de COERÊNCIA.
Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoerência é resultado do mau uso dos elementos de coesão textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais prejudica o entendimento do texto. Construído com os elementos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.
A maior parte das pessoas constrói razoavelmente a textualidade na língua oral, mas, quando se trata de escrever um texto, em geral e limitam a usar as palavras mesmo e referido, produzindo sequências do tipo:
(1) Pegue três maçãs. Coloque as mesmas sobre a mesa.
(2) João Paulo II esteve ontem em Varsóvia. Na referida cidade, o mesmo disse que a Igreja continua a favor do celibato.
OBSERVE OS SEGUINTES EXEMPLOS:
(3) A Joana não estuda nesta Escola. Ela não sabe qual é a Escola mais antiga da cidade. Esta Escola tem um jardim. A Escola não tem laboratório de línguas.
O termo lexical “Escola” é comum a todas as frases e o nome “Joana” está pronominalizado; contudo, tal não é suficiente para formar um texto, uma vez que não possuímos as relações de sentido que unificam a sequência, apesar da coesão individual das frases encadeadas (mas divorciadas semanticamente).
Pode ocorrer um texto sem coesão interna, mas a sua textualidade não deixa de se manifestar ao nível da coerência.