linguagem da semiótica
Luciana Arruda
"A língua é uma coisa de tal modo distinta que um homem privado do uso da fala conserva a língua, contato que compreenda os signos vocais que ouve."
Saussure
Desde que nascemos, estamos mergulhados no mundo da linguagem. Da fala, da língua pertencente ao meio em que vivemos. Crescemos dentro da nossa família ouvindo - na maioria das vezes - nossos pais a falarem conosco, além de gestos e sinais, através da fala, das palavras. Nosso pensamento, a forma de entendermos as coisas, o mundo, começa, então, a ter por primordial, as palavras, a linguagem, o nome das coisas existentes no mundo. Construímos na consciência, uma espécie de "biblioteca" onde depositamos tudo o que é ouvido e entendido. Guardamos idéias, significados, palavras e com essa "base de dados" nos expressamos verbalmente pela fala. É como se selecionássemos - pegando na prateleira da biblioteca - palavra por palavra, criando estruturas de entendimento para a comunicação. Quase parecido com uma receita de bolo: você + é + muito + simpática, resultando no queremos dizer pelo o que estamos sentindo ou sobre algo ou alguém.
Agora, por que falamos? Por que não fazemos uso dos sinais ou uso de símbolos, como nas primeiras descobertas do uso da linguagem feitas pelo homem? Por que o homem, diferente dos outros animais, fala? Por que somente nós temos essa faculdade e, até onde, se sabe, já impressa em nossa consciência? Poucas pessoas, acredito, tenham parado para analisar ou questionar essas questões. Pesquisas e trabalhos realizados nesse sentido procuram, ainda, respostas precisas para a pergunta "por que o homem fala". Segundo, Jean Bottéro, o homem, na Mesopotâmia antiga, berço da civilização, percebe a necessidade de comunicar-se e começa a criar possibilidade de entendimento entre si e os outros. Usa sinais e mensagens, traçados ou pintados no flanco dos vasos, ou ainda, tentos em pedra ou argila, por exemplo.