ligaçaõ ionica
A ligação iónica foi proposta no início do século XX pelo físico alemão Walther Ludwig Julius Kossel, e foi interpretada com base na máxima estabilidade alcançada quando os átomos adquirem a configuração electrónica de um gás nobre, que neste caso é atingida pela transferência de electrões entre os átomos que participam na ligação.
A ligação iónica ocorre entre átomos que apresentam diferenças acentuadas de electronegatividade, isto é, diferenças apreciáveis na capacidade de atrair electrões dos átomos a que se encontram ligados, como sucede entre os metais e os não-metais. O átomo não-metálico, que é mais electronegativo, capta os electrões do metal, adquirindo carga negativa (-) adquirindo a configuração electrónica do gás nobre mais próximo. Por seu lado, o átomo menos electronegativo - o metal - que perde menos dificilmente os electrões de valência, alcançando a configuração electrónica do gás nobre mais próximo na tabela periódica, adquire simultaneamente carga positiva (+).
Após se terem formado os respectivos catiões e aniões, surgem forças electrostáticas atractivas entre iões de carga oposta (mais próximos) e repulsivas entre os iões de carga igual (mais afastados). Como consequência destas interacções, a força resultante é atractiva e estabelece-se uma ligação, denominada ligação iónica, que mantém os aniões e os catiões unidos no cristal.
Na prática, todas as ligações iónicas têm algum carácter covalente, sendo possível avaliar a quantidade de carácter covalente (e iónico) de uma ligação, em vez de se considerar uma ligação como puramente iónica ou puramente covalente. Assim, o químico norte-americano Linus Pauling propôs uma relação que permite estimar o carácter iónico de uma ligação que ocorre entre os átomos A e B:
Fracção de carácter iónico = 1 − e( − 1 / 4)(χA − χB)
em que χA e χB representam a