lidia
5.1.Agustina Bessa Luís
Vila Meã, Amarante, 1922
Agustina Bessa-Luís nasceu a 15 de outubro de 1922, em Vila Meã, Amarante. Dela António José Saraiva afirma ser, depois de Fernando Pessoa, o segundo milagre do século XX português, referindo-se à originalidade e densidade literária da sua obra romanesca, constituída por mais de quatro dezenas de títulos, a que se somam peças de teatro, biografias, ensaios, livros de viagens e de crónicas.
Da sua obra de ficção narrativa para adultos, refiram-se apenas alguns títulos como “A sibila” (1954), “As pessoas felizes” (1975), “Fanny Owen” (1979), “O mosteiro” (1980), “Os meninos de ouro” (1983), “Vale Abraão” (1991), “Ordens menores” (1992), “Um cão que sonha” (1997), entre muitos outros que poderiam ser mencionados.
Com obras traduzidas em vários países e algumas adaptadas quer à linguagem cinematográfica (por Manoel de Oliveira, por exemplo), quer à linguagem teatral, também produziu textos expressamente destinados a crianças.
As características omniscientes e demiúrgicas dos seus narradores contribuem para uma quebra da organização canónica do texto, em que vários espaços e tempos se entrecruzam na tentativa de explicação dos comportamentos assumidos pelas personagens.
Estas, por sua vez, caracterizam-se por uma força vital assombrosa ou, pelo contrário, por uma fragilidade, uma impotência perante a vida, que ainda vem reforçar as características das personalidades dominadoras. É essa força telúrica que transforma as suas personagens em personagens mágicas que reorganizam o mundo à volta delas.
Os seus textos narrativos são construídos através da integração de longos momentos descritivos em que a autoridade do saber do narrador se impõe, como se as suas caracterizações físicas, psicológicas ou sociais ultrapassassem, transcendessem os atributos possíveis de cada personagem ou de cada espaço.
Nos contos para crianças, o