Liderança
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nidas numa sala de aula da PUC-SP. Era um pequeno passo, mas importante. Falou-se da criação de um Boletim, que foi a semente de nossa revista Psicologia Social e Sociedade. Mas foi uma articulação a mais. De fora da
PUC, apenas a Ângela Caniato e eu. E desde então, nunca deixei de receber bilhetes seus articulando atividades e encontros. Em alguns encontros, éramos uma dezena. Mas ninguém consegue segurar o Zeitgeist, o espírito. No encontro da ABRAPSO em Belo Horizonte, já houve um crescimento enorme. E a Abrapso faz hoje encontros de mais de 3.000 pessoas. Mas precisa coragem e pertinácia. Cansei de ver Sílvia sentada numa sala de aula, nesses encontros, com um pequeno grupo de pessoas, discutindo, falando, incentivando. Para todos tinha um carinho. E como isso frutificou.
e ser constituído por outras dimensões, além do racional e o lógico, não era levado em consideração. Isso levava à diminuição, quando não ao desprezo, de outros tipos de saberes. Mas isso não é tudo: essa hierarquia de saberes conduzia aa estabelecimento de uma hierarquia na sociedade. Então temos os que verdadeiramente sabem, que são os intelectuais, homens e mulheres da academia, que eram verdadeiramente os bons, os importantes, os que sabiam. E através dessa prática, sem muitas vezes se darem conta, reproduziam as diferenças sociais, levando a uma discriminação contra grupos e saberes populares. O que fica claro na teoria e na prática de Sílvia Lane é que os saberes são também práticas e quando restritos à esfera do intelectual, levam facilmente à alienação de uns às custas da dominação de outros.
3. Termino ressaltando um último ponto que considero central em Sílvia, o que eu chamaria de sua “teoria do conhecimento”. Nisso também vi como ela cresceu.
Vendo sua produção, percebe-se que Sílvia foi compreendendo que o saber, o conhecimento, é