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A gravidez e o parto são eventos sociais que integram a vivência reprodutiva de homens e mulheres. Este é um processo singular, uma experiência especial no universo da mulher e de seu parceiro, que envolve também suas famílias e a comunidade. A gestação, parto e puerpério constituem uma experiência humana das mais significativas, como forte potencial positivo e enriquecedora para todas que dela participam (BRASIL, 2001).
O preparo da gestante para o parto abrange a incorporação de um conjunto de cuidados, medidas e actividades que têm como objetivo oferecer à mulher a possibilidade de vivenciar a experiência do trabalho de parto e parto como processos fisiológicos, sentindo-se protagonista do processo (BRASIL, 2001).
Não é apenas a qualidade técnica da assistência à gestação, ao parto e ao puerpério, evidenciada por altas taxas de mortalidade materna e perinatal, que deixa a desejar. Talvez ainda mais grave seja a indiscriminada e inexorável transformação do nascimento e parto em fenômeno patológico, totalmente medicalizado e, portanto, tratado, sem brechas para sua realização como evento existencial e psicológico para mãe e filho e social para a família e sociedade (VOLOCHKO, 2000).
Este quadro favorece ao resgate da humanização na assistência hospitalar em clínicas e áreas de atuação de enfermagem, a começar pela obstetrícia como uma alternativa para a valorização do paciente enquanto ser humano e para o atendimento de suas expectativas e necessidades. Sem dúvida o momento exige a convergência dos esforços preventivos da equipe de assistência materno-fetal de forma que a ajuda no momento do parto resulte num atendimento mais global e satisfatório para a saúde física e emocional do binômio mãe/filho, pois humanizando o nascimento estamos humanizando a vida (MALDONADO, 2000; SILVA, 1999).
A humanização da assistência, nas suas muitas versões, expressa uma mudança na compreensão do parto como experiência humana e, para quem o assiste, uma mudança