libras
Publicado em 2000
Textura, Canoas, n.3, p.53-62
Autor(es): Ronice Müller de Quadros http://www.porsinal.pt/index.php?ps=artigos&idt=artc&cat=23&idart=47 Resumo
O presente trabalho desenvolve duas questões: a alfabetização e o ensino da língua de sinais no processo educacional da criança surda. A alfabetização em sinais e na escrita de sinais são formas de garantir a aquisição da leitura e escrita da criança surda e o ensino da língua de sinais de forma consciente é um modo de prover o refinamento de tais processos. Além de apresentar uma análise de cada questão, este trabalho lista alguns aspectos lingüísticos e atividades que devem ser considerados nesse contexto educacional .
Introdução
Os objetivos deste artigo envolvem duas questões básicas: a alfabetização e o ensino da língua de sinais no processo educacional de alunos surdos. Para isto, estou considerando aqui os estudos relacionados à comunidade surda e à língua de sinais brasileira. Ao longo das discussões são propostas algumas abordagens dos aspectos em questão no processo educacional, bem como sugestões de atividades.
Gostaria de esclarecer que parto de pressupostos básicos que não serão discutidos no presente artigo, uma vez que dispomos de razoável literatura que aborda tais aspectos (por exemplo, Ferreira-Brito, 1992; Quadros, 1997a; 1997b; Skliar, 1997a, 1997b, 1997c; Souza,
1998). Listo a seguir tais pressupostos:
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Bilingüismo - quando me refiro à “bilingüismo” não estou estabelecendo uma dicotomia, mas sim reconhecendo as línguas envolvidas no cotidiano dos Surdos, ou seja, a língua de sinais brasileira
(LSB) e o português no contexto mais comum do Brasil;
Multiculturalismo – está relacionado ao reconhecimento das culturas, bem como, de semelhanças e diferenças comuns existentes entre a forma de ser, agir e pensar das pessoas surdas e das pessoas ouvintes da comunidade brasileira;
Identidade/cultura surda