libras
Livro: Uma escola, duas línguas
(Ana Clauda B. Lodi)
(Cristina B. F. de Lacerda)
CAP. 1
A Inclusão escolar bilíngue de alunos surdos:
Princípios, breve histórico e perspectivas.
A História da educação dos surdos é marcada por conflitos e controvérsias. No passado, os surdos eram considerados incapazes de serem ensinados, por isso eles não frequentavam escolas. As pessoas surdas, principalmente as que não falavam, eram excluídas da sociedade, sendo proibidas de casar, possuir ou herdar bens e viver como as demais pessoas. Assim, privadas de seus direitos básicos, ficavam com a própria sobrevivência comprometida.
A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi oficialmente reconhecida em nosso país pela Lei Nº 10.436/02 e regulamentada pelo decreto 5626, de 22 de dezembro de 2005, foi somente após essa data que, pela primeira vez, em nível nacional, iniciaram-se discussões relativas á necessidade do respeito á particularidade linguística dos surdos e do uso dessa língua nos espaços educacionais.
LINGUAGEM E SURDEZ
Para se compreender adequadamente as questões que envolvem a apropriação e o desenvolvimento da linguagem pelas pessoas surdas da forma pela qual este livro busca abordar e, consequentemente, o programa educacional aqui focalizado, torna-se necessário definir a concepção de linguagem subjacente ás diferentes discussões que serão realizadas no todo deste texto, e quais as consequências desta concepção paras os estudos sobre a educação de surdos. Concebemos a “linguagem” como atividade constitutiva, É NELA, COM ELA E POR ELA que nós tornamos humanos e temos acesso aos conhecimentos construídos ao longo da história da humanidade.
A linguagem assume o papel central na constituição dos sujeitos, pois os indivíduos constituem-se na internalização das formas culturais da atividade, num curso de transformações qualitativas dos seus modos de agir e pensar. Estas transformações se consolidam nas relações sociais, na participação do sujeito a