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Dra. Maria Cristina Petrucci Solé
Resumo do projeto:
Os primeiros anos de vida se caracterizam como um momento lógico e cronológico do registro dos primeiros traços psíquicos, das primeiras marcas constitutivas do funcionamento psíquico que irão dar origem à constituição do Eu.
Deste modo, a clínica psicanalítica com sujeitos surdos adultos, adolescentes e crianças demonstra que a surdez nos primeiros momentos da vida do bebê quer in útero ou nos primeiros meses de vida, acarreta especificidades na constituição subjetiva desses sujeitos.
Visamos tomar aqui, como concepção central, os conceitos da teoria psicanalítica para abordar a questão da inscrição psíquica que se efetua no bebê surdo e para abordar a transmissão que ocorre de pais a filho que faz possível que este devenha como sujeito do desejo.
Para tanto, consideramos a necessidade de que esta transmissão seja efetuada a partir da relação mãe-bebê e que a via desta transmissão é prioritariamente a voz da mãe, sem desconsiderar o olhar e os outros sentidos.
Partindo da observação de bebês surdos recém-nascidos até a idade de 18 meses, idade onde a fala apareceria em um bebê ouvinte, tentarei pesquisar sobre as especificidades que a falta da escuta da voz da mãe acarreta na constituição subjetiva destes sujeitos.
Introdução:
Os primeiros anos de vida se caracterizam como um momento lógico e cronológico da incorporação simbólica, do registro dos primeiros traços, das primeiras marcas constitutivas do funcionamento psíquico. Encontramos diferentes concepções acerca de como os estímulos endógenos e exógenos recebidos por um bebê produzem seus efeitos de registro psíquico. Tomamos como concepção central os conceitos da teoria psicanalítica que entendem que a escuta da voz da mãe é constitutiva da subjetividade e garante uma imagem do sujeito capaz de construir sua visão de si mesmo.