Liberdade
O problema da liberdade diz respeito à concepção que se tem do homem e de seu papel (ativo ou passivo) na história. Na perspectiva do materialismo histórico dialético, o homem é o conjunto das relações sociais, uma vez que ele (homem) não pode ser concebido como um ser abstrato, isolado, destacado do mundo concreto em que vive (como pode nos fazer pensar a perspectiva do libertarismo). Ao entender que é homem que se faz pelas relações sociais, reconhecemos que ele (homem) não está imune às circunstâncias em que vive e às relações sócias que estabelece com seus semelhantes. Pelo contrário, ele é, em grande medida, produto dessas relações e transforma-se continuamente com as transformações dessas relações. O homem da sociedade capitalista não é o mesmo do feudalismo, que, por sua vez, não é o mesmo do escravismo, que não é o mesmo das comunidades primitivas. Podemos dizer, portanto que o homem é determinado pelas relações sociais ou que ele é socialmente determinado.
Mas, como vimos, a dialética supõe a contradição e ação recíproca entre os elementos de uma dupla de contrários. Portanto, conceber o homem dialeticamente implica entender que a relação dele com a História, com a sociedade, com a natureza, com os outros homens, enfim, com a realidade que o cerca é também contraditória e de mútua determinação. Assim, se as relações sociais produzem os homens, assim também os homens produzem as relações sociais que vivenciam. Ou, mais fielmente às palavras de Marx e Engels “[...] as circunstâncias fazem os homens, assim como os homens fazem as circunstâncias. “
Assim, do ponto de vista da dialética, o homem tem papel ativo na determinação das circunstâncias em que vive. Mas, como ele é também socialmente determinado, cabe perguntar: Em que medida ele é realmente capaz de alterar as relações sociais de que participa? Até onde vai o seu poder de fazer a História? Com que grau de liberdade ele o exerce? De acordo com Marx “Os homens fazem a sua