Liberdade e Tradução do Índio no século XVIII: Questões & Debates
LEÃO, Ângela Sanches. Liberdade e Tradução do Índio no século XVIII: Questões & Debates. In: PACHECO, Agenor Sarraf & SILVA, Jerônimo da Silva e. (Orgs.). Textos e Fontes do Arquivo do Pará (V.1). Belém: Secult, 2013. p. 19-35. Neste trabalho a autora se propõe a refletir sobre as funções das leis indigenistas e ação da justiça colonial como forma de controle da metrópole. Quer também mostrar o protagonismo dos indígenas nas buscas de meios legais para segurar a sua liberdade. Ângela Leão elenca como principal dificultado para trabalho dos historiadores e dos cientistas, voltado às questões indígenas, o fato de que é muito difícil enxergar a face indígena na documentação que se produz do século XVII a XIX, haja visto que os índios mesmo de forma geral não dominavam a escrita.
A autora aponta os documentos judiciais como um facilitador para compreensão da ideia de justiça e liberdade que os próprios indígenas tinham de sua situação. Para tanto lança seu olhar sobre queixas, depoimentos e despachos dos tribunais em atenção de demandas indígenas, sobre isso inclusive ela chama atenção para o fato de que predominantemente, tais demandas tinham origem em índios de trato doméstico. Justifica a autora esta constatação ao fato de que os índios domésticos por conviverem entre portugueses, tinham mais acessos à informação sobre legislação indígena, assim como oportunidades de contato pessoal com os brancos encarregados de administração da justiça.
Ângela Leão ao trabalhar com documentação judicial, descobre um indígena não apenas vítima passiva, mas protagonista das suas buscas e luta por liberdade. É assim que no estado do Grão-Pará e Maranhão, a autora vai identificar como é importante a figura dos ”Línguas” no trabalho junto à jesuítas. Trata-se aí de observar que na Amazônia colonial, os portugueses não se faziam senhores em todas as esferas, uma vez, que dependiam de índios poliglotas como facilitadores de comunicação entre