liberdade e democracia

Devido a existência de regimes liberal-democráticos, pressupõe-se que exista uma interpendência entre liberalismo e democracia, porém, a relação entre os dois é muito mais complexa do que se imagina. É comum associarmos liberalismo como uma determinada concepção do Estado, onde o estado tem poderes e exerce funções limitadas, e como tal se contrapõe tanto ao Estado absoluto quanto ao Estado que hoje chamamos de social, por outro lado, por democracia, entende-se que é uma forma de governo na qual o poder está nas mãos de todos (do povo). No célebre discurso pronunciado por Benjamim Constant, ele defende e enuncia sutilmente sob a forma de contraposição a liberdade dos modernos e a liberdade dos antigos a antítese entre liberalismo e democracia, o objetivo dos antigos – escreve ele – era a distribuição entre todos os cidadãos de uma mesma pátria: era isso que eles chamavam de liberdade. O objetivo dos modernos é a segurança na funções privadas: eles chamam de liberdade às garantias acordadas pelas instituições para aquelas fruições. Como liberal sincero, Constant considerava que esses dois objetivos estavam em contraste entre si: A participação direta nas decisões coletivas termina por submeter o indivíduo à autoridade do todo e por torna-lo não livre como privado, e isso enquanto a liberdade do privado é precisamente aquilo que o cidadão exige hoje do poder público, Concluía: Não podemos mais usufruir da liberdade dos antigos, que era constituída pela participação ativa e constante no poder coletivo. A nossa liberdade deve, ao contrário, ser constituída pela fruição pacífica da independência privada. O estado liberal entendido como Estado limitado em contraposição ao Estado Absoluto, é a doutrina dos direitos do homem elaborada pela escola do direito natural (ou