Liberdade de Imprensa e Desenvolvimento
MATEUS QUEIROZ LOPES DE MELO MARTINS
Uma imprensa livre não é um artigo de luxo. Uma imprensa livre é o cerne do desenvolvimento equitativo, porque se você não puder garantir aos pobres o direito de voto, se eles não tiverem o direito de se expressar, se não houver luz sobre práticas de corrupção e desiguais, não se pode construir o consenso público necessário para que possa surgir a mudança.
– James Wolfensohn, ex-presidente do Banco Mundial.
1. INTRODUÇÃO
A origem do jornalismo é alvo de dissenso entre autores. Há quem assevere que sua origem estaria associada à expansão da imprensa na Europa, em que manuscritos elaborados entre a Baixa Idade Média e o Renascimento, com vistas a divulgar fatos, seriam as primeiras formas de notícias impressas. Outros autores associam o início do jornalismo a uma origem técnica, pelo que o surgimento teria ocorrido no início do século XIX, momento a partir do qual, com o surgimento da máquina a vapor e sua utilização nas máquinas de impressão, o jornalismo teria se tornado um fenômeno de massas. No entanto, da forma como se concebe atualmente, o seu início teria ocorrido na Idade Contemporânea, em uma sociedade industrializada, dotada de máquinas de impressão, em um Estado Liberal.1
No Brasil, o episódio inaugural da história da imprensa está relacionado com a sua proibição. Em 1747, a Corte portuguesa vetou a impressão de livros e avulsos. Essa medida colaborou para que o Brasil retrocedesse na implantação da imprensa no país. Somente em 1808, com a vinda da Corte de Portugal, veio também a Imprensa Régia, casa editorial do Estado, que posteriormente se transformaria na Imprensa Nacional. Desde então, houve o surgimento de importantes jornais, como o Correio Brasiliense e a Gazeta do Rio de Janeiro.2
Tendo a imprensa brasileira se