Liberdade antiga e liberdade moderna
Liberdade é um conceito que todos possuem algum entendimento em menor ou maior grau no âmago de ser. Entrementes, não há consenso quando estudiosos pretendem explicá-la. Cada época e lugar possuem entendimento particular de liberdade e sua análise sofre influência da perspectiva do povo e da época que se propõe a estudar seu significado. A sociedade ocidental hodierna tem suas raízes na civilização helênica e romana. Nossas raízes estão fundadas no “Logos” (capacidade de racionalização) dos gregos, na “Voluntas”(espírito prático) dos romanos e na “Caritas”(caridade) do Cristianismo, destarte, é natural que busque-se compreender conceitos como liberdade nas sociedades antigas. Ao analisarmos a liberdade entre os antigos e a sociedade moderna, é inegável que existam divergências evidentes entre as duas. Apesar disso, as posições tomadas por estudiosos nesta matéria são diametralmente opostas. Se por um lado alguns admitem que a liberdade existia, de fato, no mundo antigo, há ainda quem sustente a posição de que liberdade era um conceito incabível no contexto do mundo antigo. Benjamin Constant e Fustel de Coulanges são exemplos de estudiosos que defendiam a idéia de que liberdade era impossível no mundo antigo. Para Benjamin Constant, a liberdade consistia na participação ativa no poder coletivo e não no gozo da independência individual. A liberdade tinha um caráter coletivo e estatal. Os indivíduos, situavam-se como serviçais da nação, no entanto, ficavam satisfeitos em poder participar da administração do Estado. Vale lembrar que, esta participação só era possível porque os antigos Estados eram muito menores em comparação com os Estados modernos. Em assonância às idéias de Benjamin Constant, Fustel Coulanges sustenta a idéia de que não existia liberdade no mundo antigo. Para ele, o Estado grego e tantos outros, permaneciam num estágio “em que a religião é a senhora absoluta da vida