liberalismo e neoliberalismo
I – O liberalismo
“Interessa-nos, nesta nova abordagem, uma significação não à palavra “liberal’, mas ao conceito de liberalismo, como teoria política e econômica que surge a partir do século XVII e culmina com as revoluções burguesas (Revolução Gloriosa na Inglaterra, em 1688, e a Revolução Francesa, em 1789). Na verdade, seria mais correto falar em liberalismos, tão grandes são as dificuldades para definir esse complexo movimento que assumiu características diferentes no desenrolar do tempo.
Entre os principais teóricos do liberalismo econômico estão Adam Smith e David Ricardo. Os representantes do liberalismo político, no período dos séculos XVII a XIX, são, entre outros: Locke, Montesquieu, Kant, Humboldt, Benjamim Constant, Stuart Mill e Tocqueville.
Desde o início, o liberalismo defende o Estado laico e não-intervencionista. Estado laico por não se identificar com a confissão religiosa alguma e nem desejar qualquer interferência da Igreja nos assuntos político. Em contrapartida, o Estado também não deve interferir nas crenças pessoais, fazendo prevalecer o ideal da tolerância depois das sangrentas guerras religiosas do século XVI.
Estado não-intervencionista por criticar o controle que as monarquias absolutistas exerciam sobre a economia, cuja expressão era o monopólio estatal típico do mercantilismo.
As teorias liberais defendem a economia de mercado, que supõe o equilíbrio natural decorrente da lei da oferta e da procura, o que reduz a necessidade de intervenções públicas nos negócios (teoria do Estado mínimo). A economia de mercado defende ainda a propriedade privada dos bens de produção e o funcionamento da economia de acordo com o princípio do lucro e as livre iniciativa, o que valoriza o espírito empreendedor e competitivo.
O liberalismo estabelece nítida separação entre o público e o privado, ou seja, entre os assuntos do Estado (que deve se ocupar com a