Liberalismo e facismo
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No centro do debate encontra-se o “modelo” construído de análise da realidadefascista. Woolf, por exemplo, enfatiza que este modelo não encontra adequação a nenhumexemplo histórico do fenômeno
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; e Felice lembra que os vários regimes fascistas possuíamespecificidades, o que torna difícil se considerar o fascismo como um fenômeno unitário.
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Embora se considere a ocorrência de vários fascismos, que apresentamvariações relacionadas às especificidades históricas e estruturais dos diferentes países emque surgiram, é possível englobar as diversas manifestações do fenômeno no termo“fascismo”, considerando-se a existência de um denominador comum capaz de dar forma econteúdo a todos os movimentos fascistas. Quanto aos países, Felice enumera os seguintestraços: presença de uma mobilidade social (vertical principalmente) mais rápida e intensa;crise econômica (inflação, desemprego, etc); processo de crise e transformação dos valoresmorais tradicionais; descrédito no sistema parlamentar e no liberalismo e agravamento dosproblemas nacionais e coloniais pela guerra, surgindo tensões nacionalistas. Quanto àsformas de poder, ele enumera as seguintes: concepção mítica da política e da vida,valorização do ativismo irracional, exaltação da coletividade nacional e personalidades forado comum (super-homem); mobilização das massas e sistema de partido único;revolucionarismo verbal e conservadorismo de fundo; e criação e valorização de um forteaparato militar.
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Acrescento a isso, a concepção doutrinária, baseada em um nacionalismoexacerbado e excludente e na intolerância contra os não-nacionais.As