Liberalismo teoria e pratica
Para muitos historiadores o processo de independência do Brasil teve seu inicio com a vinda da família real para o Brasil em 1808. Enquanto Portugal permanecia ocupada pelos franceses sua colônia americana tornava-se o centro político-administrativo do império luso, e mais que isso adquiria autonomia, livrando-se do pacto colonial.
A independência brasileira ,assim como todos os outros processos de rupturas com metrópoles foi influenciada pelas ideologias nascidas na Europa, o liberalismo e o iluminismo. Os preceitos dessas ideologias traziam ideais como a inexistência de privilégios fundados no nascimento, a igualdade de todos perante a lei, o direito à propriedade e à liberdade, a exigência da condição de proprietário ou de determinado nível de renda para exercer os direitos políticos, a divisão dos poderes e outros mais.
De fato todos esses ideais estavam presentes na constituição assinada em 1824, porem com certas “adaptações” que cuidavam do interesse da oligarquia que fizera a independência do país. Assim uma oligarquia de capital estava substituindo a oligarquia de linhagem.
Não foi por mera casualidade que as elites brasileiras buscaram no liberalismo inspiração para organizar o Estado brasileiro. O Estado liberal, nas suas origens, busca a participação ativa nas instituições do Estado, por meio do voto e da elaboração das leis, à condição de propriedade ou de renda. Ou seja, o Estado liberal nasceu excludente, como uma democracia de proprietários.
Essa forma de organizar a nova nação que surgia era coincidente com a visão das elites políticas aristocráticas brasileiras, as quais consideravam que as principais instituições do Estado deveriam estar sob controle dos grandes proprietários de terras e de escravos.
No entanto, se no plano político pensamento liberal e os interesses da aristocracia brasileira convergiam, no que se dizia respeito ao plano social havia uma flagrante contraposição de ideias. A