Liberalismo clássico
O estudo do liberalismo clássico é tarefa essencial para a compreensão dos fundamentos teóricos e metodológicos que permeiam as propostas educacionais brasileiras. Falar de liberalismo não é tarefa simples, pois este termo remete a vários questionamentos: Qual conceito de liberalismo? Pode-se falar de um liberalismo universal e atemporal? Qual a origem do liberalismo? Como ele se estruturou? Quais são suas características?
Estas questões foram o ponto de partida para a pesquisa e escrita deste artigo, que visa compreender o processo de estruturação do liberalismo, bem como suas continuidades e rupturas. Para alcançar tal intento olha-se para esses questionamentos à luz da teoria que norteia o desenvolvimento deste texto, o Materialismo Histórico. Nesta perspectiva, o liberalismo não pode ser entendido como um corpo de idéias descoladas da realidade, mas sim como uma ideologia da sociedade burguesa, fruto das ações concretas dos homens. O liberalismo é um conjunto de idéias que tem a finalidade de assegurar a liberdade individual e a propriedade privada. Estas idéias filosóficas foram geradas a parir do surgimento de uma nova sociedade econômica, no final da Idade Média: a sociedade capitalista1.
Assim sendo, o liberalismo será estudado a partir de uma abordagem histórica, que não pretende descrever a história dos diversos liberalismos, mas mostrar que esta ideologia nasceu na Sociedade Moderna e que ao longo de sua formação e desenvolvimento tomou feições diferentes nos diferentes países em que penetrou. Além disso, tendo como ponto de partida que o liberalismo é um conjunto de idéias que nasceu na Sociedade Moderna, é necessário entender que sociedade é essa e as mudanças processadas até o período de crise do liberalismo.
1. Liberalismo no século XVII e XVIII: origem e apogeu
O liberalismo como corpo de idéias que justificam a sociedade burguesa, pauta-se em princípios que são