Leyramento

800 palavras 4 páginas
letramento aborda os aspectos sócio-históricos da aquisição de um sistema de escrita por uma sociedade, e as conseqüências disso para todos os sujeitos que vivem e interagem com uma organização social que está toda fundada no uso da escrita, mesmo os não-alfabetizados. Segundo dados recentes, o Brasil possui cerca de 25 milhões de analfabetos. Aí não foram computados os assim chamados “analfabetos funcionais” (rótulo absurdo, que apenas serve para dissimular as estatísticas e dourar a pílula das políticas governamentais, em geral, ineficientes com relação à alfabetização de jovens e adultos). Se levarmos em conta essa não inclusão, poderemos extrapolar esses dados para um número muito maior.
Então, do ponto de vista de uma teoria do letramento que não esteja voltada apenas para a aquisição da leitura e da escrita, e também que tenha preocupações políticas e sociais de inclusão e justiça, não é possível pensar ou propor que o letramento se restringe apenas aos usos sociais da leitura e escrita, como propõem alguns colegas que recentemente aderiram ao tema. O que se nota, ao ler a extensa bibliografia publicada na área, não só no Brasil, como no exterior, é que está longe de existir um consenso entre os autores sobre o que seja letramento O modelo autônomo de letramento
O modelo autônomo de letramento assume que os gêneros e as formas correntes de letramento são fixos, universais e dados, quando, na verdade, foram construídos historicamente. Esse modelo parte da suposição de que o letramento se resume a habilidades para leitura e escrita, e também que ele, por si próprio (ou seja, autonomamente), terá efeitos nas práticas sociais e cognitivas. Por exemplo, a literatura desenvolvimentista assume que, se as pessoas adquirem o letramento, seu funcionamento cognitivo melhorará, e obterão maior facilidade em abstração, raciocínio lógico e capacidade metalingüística. Do mesmo modo, assume que o letramento traz conseqüências sociais, como a

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