Leyramento
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letramento aborda os aspectos sócio-históricos da aquisição de um sistema de escrita por uma sociedade, e as conseqüências disso para todos os sujeitos que vivem e interagem com uma organização social que está toda fundada no uso da escrita, mesmo os não-alfabetizados. Segundo dados recentes, o Brasil possui cerca de 25 milhões de analfabetos. Aí não foram computados os assim chamados “analfabetos funcionais” (rótulo absurdo, que apenas serve para dissimular as estatísticas e dourar a pílula das políticas governamentais, em geral, ineficientes com relação à alfabetização de jovens e adultos). Se levarmos em conta essa não inclusão, poderemos extrapolar esses dados para um número muito maior.Então, do ponto de vista de uma teoria do letramento que não esteja voltada apenas para a aquisição da leitura e da escrita, e também que tenha preocupações políticas e sociais de inclusão e justiça, não é possível pensar ou propor que o letramento se restringe apenas aos usos sociais da leitura e escrita, como propõem alguns colegas que recentemente aderiram ao tema. O que se nota, ao ler a extensa bibliografia publicada na área, não só no Brasil, como no exterior, é que está longe de existir um consenso entre os autores sobre o que seja letramento O modelo autônomo de letramento
O modelo autônomo de letramento assume que os gêneros e as formas correntes de letramento são fixos, universais e dados, quando, na verdade, foram construídos historicamente. Esse modelo parte da suposição de que o letramento se resume a habilidades para leitura e escrita, e também que ele, por si próprio (ou seja, autonomamente), terá efeitos nas práticas sociais e cognitivas. Por exemplo, a literatura desenvolvimentista assume que, se as pessoas adquirem o letramento, seu funcionamento cognitivo melhorará, e obterão maior facilidade em abstração, raciocínio lógico e capacidade metalingüística. Do mesmo modo, assume que o letramento traz conseqüências sociais, como a