levi-strauss comparado com hegel
AVALIAÇÃO – FUNDAMENTOS DA FILOSOFIA
Na “Fenomenologia do Espírito”, Hegel diz que o começo é o indeterminado puro, o universal, o imediato, ou seja, a consciência imediata, o puro ser, abstraído de todo conteúdo. Para ele o sujeito não sofre nenhuma determinação a priori. Ele, portanto, começa com o universal sem sujeito, universal abstrato, pelo fato de que, só o sujeito pode realizar o universal concreto. Hegel afirma que o todo é o Espírito Absoluto. O espírito desce do universal através das determinações à singularidade e sobe da singularidade através de suas determinações à universalidade. Sendo assim nada tem ser, nem é, verdadeiramente conhecido se não está compreendido neste Espírito Absoluto. O Espírito universal, identificado à Ideia platônica, à razão e à liberdade, vai se desenvolvendo racionalmente enquanto conceito e se realizando enquanto prática e vida, manifestando-se na forma mundana do Estado, que é encarado como Hegel como uma consciência e força coletivas, na forma da filosofia, que é o saber especulativo e racional sobre a própria Razão e sobre Deus que não é o Deus cristão, mas sim uma razão universal. Assim, toda identidade se constrói num ambiente dialógico e esse ambiente preexiste a qualquer prática social ou política, o que marca o aspecto intersubjetivo, ou de interação, essencial do campo de constituição dos sujeitos. Sendo assim, pode-se afirmar que Hegel é universalista, ao contrário de Lévi-Strauss que é estruturalista, pois aborda o conceito de cultura já realizada e tenta pensar a cultura em sua dicotomia com a sociedade. No plano do simbólico pode-se mostrar que há uma autonomia relativa dos sistemas chamados "culturais" mas no plano social, isto é, onde a cultura se manifesta a articulação é dada pela estrutura das relações de produção. Strauss, ao contrário de Hegel, acredita na pluralidade das culturas, entrando aí no relativismo, separando-se do etnocentrismo. Hegel pensa num progresso da