Levantamento Urbanístico: Rua Barra Funda e entorno imediato
São Paulo – SP, setembro de 2012
Formação Histórica
A Barra Funda teve sua origem na Chácara do carvalho, que pertencia ao
Barão de Iguape. Esta se transformou na Praça Marechal Deodoro e nas ruas
Brigadeiro Galvão, Barra Funda e Vitorino Camilo.
A estação ferroviária funcionou na Barra Funda como importante fator locacional. As margens das ferrovias eram mais procuradas e também funcionavam
como orientadores e reorganizadores dos arredores. O sistema ferroviário provocou o declínio do transporte por tropas de burro, porque o transporte sobre trilhos utilizava terrenos planos e de longas retas, aspectos que as várzeas possuíam e que antes eram terrenos evitados.
A estrada de ferro Santos-Jundiaí foi instalada na segunda metade do século
XIX, com a função do escoamento do grão de café, com isso a região prosperou.
O desenvolvimento industrial ocorreu a partir de 1900, quando o Estado de
São Paulo tornou-se o maior centro de policultura do país. A Barra Funda caracterizou-se por ser um bairro misto, com áreas industriais e de habitação operária. Possuía pequenas fábricas de fundo de quintal, de caráter doméstico. As indústrias de grande porte pela falta de espaço para sua expansão em zonas da cidade que haviam se saturado e supervalorizado seus terrenos, começaram a se transferir para áreas como a Várzea da Barra Funda, que ainda tinha baixa concentração industrial.
A paisagem urbana começou a mudar nas áreas suburbanas, com uma diferença visível entre a zona fabril e residencial. As fábricas foram se distribuindo de maneira mais esparsa na Várzea da Barra Funda, ocupando áreas maiores, sem a concentração de habitação operaria em seu entorno.
A Barra Funda de Cima (localizada entre a linha de trem e os Campos
Elíseos) assistiu a um processo de expulsão de suas indústrias maiores, caracterizando-se como zona residencial para classe média, pequena indústria e oficina, conservando