Levantamento de dados do ESF Jatobá
As primeiras ideias sobre atenção primária à saúde (APS) surgiram na Grã-Bretanha, em 1920, e serviram de base, algumas décadas depois, para a reorganização dos serviços de saúde em vários países (Conill, 2008). A partir da Conferência Internacional sobre Cuidados Primários em Saúde, os princípios da atenção primária passaram a ser consensuais e universais (Mendes, 2002), e subsidiaram os ideais dos movimentos sociais em prol de reformas sanitárias em muitos países. No Brasil, por exemplo, foram amplamente debatidos na VIII Conferência Nacional de Saúde que antecedeu a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) (Brasil, 2001; Mendes, 2002; Valentim e Kruel, 2007).
Alguns anos mais tarde, o Ministério da Saúde lançou o Programa Saúde da Família (PSF) como proposta de reorganização da APS no SUS. O programa cresceu rapidamente e, a partir de 1997, passou a ser interpretado como uma estratégia e atividade assistencial integrada à rede e que deveria funcionar como porta de entrada para o sistema de saúde (Henrique e Calvo, 2008). No Brasil, a ESF surge como principal estratégia política para a reorientação do modelo de atenção à saúde, fundamentando-se em uma nova ética social e cultural com vistas à promoção da saúde e da qualidade de vida dos indivíduos, famílias e comunidades (Sousa, 2008). Além disso, apresenta como ponto central o vínculo e a criação de laços de compromisso entre profissionais e população: a equipe deve entender a família a partir do ambiente em que vive e constrói suas relações, buscando constantemente garantir a proteção social por meio da universalidade e integralidade (Brasil, 2007; Mendonça e col., 2008). Isto demanda uma ampliação da concepção de cuidado em relação ao processo saúde-doença.
Cada equipe de saúde da família é constituída por, no mínimo: 1 médico, 1 enfermeira, 2 auxiliares (e/ou técnicos) de enfermagem e 4 agentes comunitários de saúde (ACS). Desde o ano de 2002, algumas equipes vêm incorporando o odontólogo