letras
Os processos fonológicos
Os chamados processos fonológicos são transformações fonético-fonológicas sofridas pelas palavras de uma língua. Devemos lembrar que a língua é um organismo bio-psico-social, por isso passível de mudanças, que acompanham as alterações da sociedade, em termos biológicos, psicológicos, sociais, e também culturais. Se uma língua não sofresse mudanças ao longo do tempo, estaria fadada ao colapso, uma vez que deixaria de atender às exigências dos falantes.
A descrição dos processos fonológicos, também chamados de metaplasmos nos estudos de história da língua, auxilia na comparação entre os diversos dialetos existentes no Brasil. As mudanças na língua podem ser condicionadas, quando o ambiente fonológico favorece a ocorrência de determinado fenômeno, ou independentes, quando ainda não se encontrou a razão para tal fenômeno ocorrer.
Os processos fonológicos são muitas vezes alvo de preconceito por grupos de falantes escolarizados, que resistem às mudanças. Como se estuda em sociolinguística, a mudança linguística sempre ocorre de baixo para cima, ou seja, originando-se nas camadas mais baixas da pirâmide social. O papel das camadas mais elevadas é tentar frear e criar estigmas para certas alterações na língua.
Em muitos casos, observamos que há grande carga de preconceito linguístico, mas, por outro lado, é importante que haja certa resistência à mudança, pois a língua não pode ser alterada tão rapidamente, se não as novas gerações de falantes não teriam tempo de absorver todas as mudanças em tão curto espaço de tempo. Dessa maneira, a mudança e a resistência à mudança são duas realidades que operam em conjunto para a manutenção de uma língua que se adeque às novas necessidades, mas que também não perca sua principal função: a de ferramenta de comunicação.
Existem quatro tipos de processos fonológicos: por adição, por supressão, por transposição e por transformação.