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Poema da Circunstância – Mário Quintana
Onde estão os meus verdes?
Os meus azuis?
O arranha-céu comeu!
E ainda falam nos mastodontes, nos brontossauros, nos tiranossauros,
Que mais sei eu...
Os verdadeiros monstros, os Papões, são eles, os arranha-céus!
Daqui
Do fundo
Das suas goelas
Só vemos o céu, estreitamente, através de suas empinadas gargantas ressecas.
Para que lhes serviu beberem tanta luz?!
Defronte
Á janela onde trabalho
Há uma grande árvore...
Mas já estão gestando um monstro de permeio!
Sim, uma grande árvore. Enquanto há verde,
Pastai, pastai, os olhos meus...
Uma grande árvore muito verde...Ah,
Todos os meus olhares são de adeus
Como um último olhar de um condenado!
Vocabulário:
Gestando – construindo (como se estivesse nascendo outro arranha-céu)
Permeio – no meio Arranha-céu – edifícios
Mastodontes – da família dos elefantes. Animais com 4 metros de altura
Tiranossauro e brontossauros - tipos de dinossauros
Leia o texto de Mário Quintana e responda as questões abaixo:
1 - Em Poema de Circunstância, a temática é o progresso causando a desumanização, acabando com a natureza exuberante do lugar.
Explique o que o autor quis dizer com “meus verdes/meus azuis”.
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2 – No verso “Os verdadeiros monstros, os Papões, são eles, os arranha-céus!”, Explique a metáfora usada pelo poeta.
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3 – Nos versos:
“Há uma grande árvore...” “Mas já estão gestando um monstro de permeio!”
Responda a relação de significado que a conjunção “mas” exprime no período que compõe os versos acima.