letramento e alfabetização
Letramento e alfabetização: muitas facetas
No Brasil, uma fusão dos dois processos (letramento e alfabetização), com prevalência do conceito de letramento, acaba por diluir a especificidade de cada um dos dois fenômenos. Alfabetização é saber ler e escrever. É a aquisição do sistema convencional da escrita. Letramento é saber dominar com competência e habilidade a leitura e a escrita, isto é, fazer uso da leitura e da escrita. É o desenvolvimento de habilidades de uso desse sistema em atividades de leitura e escrita, nas práticas sociais que envolvem a língua escrita.
Alfabetização e letramento são processos de natureza fundamentalmente diferentes, que requerem conhecimentos, habilidades e competências específicos, que implicam formas de aprendizagem diferenciadas e, consequentemente, procedimentos diferenciados de ensino. São interdependentes e indissociáveis. Os dois processos são simultâneos.
As muitas facetas do letramento: participação das crianças na cultura escrita, em experiências variadas com a leitura e a escrita, interação com diferentes tipos e gêneros de material escrito.
As muitas facetas da alfabetização: consciência fonológica e fonêmica, identificação das relações fonema–grafema, habilidades de codificação e decodificação da língua escrita, conhecimento e reconhecimento dos processos de tradução da forma sonora da fala para a forma gráfica da escrita, entre outras.
Causas para a perda da especificidade do processo de alfabetização:
1) O sistema de ciclos que traz uma diluição ou uma preterição de metas e objetivos a serem atingidos
2) O princípio da progressão continuada;
3) A mudança e o não entendimento conceitual a respeito da aprendizagem da língua escrita. A criança, na perspectiva psicogenética (visão interacionista), é capaz de progressivamente (re)construir esse sistema de representação, isto é, interagindo com material “para ler”