LER É PRECISO
Nélson Jahr Garcia
(artigo publicado em "O Atibaiense" de 05.12.98)
Em Marketing e Comunicação, quase tudo se faz por escrito. Visita-se o cliente. Faz-se um relatório onde constam os itens principais da conversação: o que é a empresa, quais os produtos que fabrica, que ameaças está sofrendo por parte dos concorrentes, quais as vantagens que oferece ou poderá oferecer, possibilidades de mudar o preço de venda, aperfeiçoar a embalagem, distribuir por mais pontos de vendas. Essas e outras informações constituem o que se chama "briefing". Passa-se ao Plano de Marketing, depois, ao de Comunicação. Redigem-se anúncios e se elaboram roteiros de filmes comerciais. Em havendo pesquisas, são apresentadas através de relatórios.
Como se vê, para cada fase e para cada atividade correspondem documentos escritos. Os textos, nesses casos, devem conter alguns princípios básicos, dentre os quais: objetividade, precisão, clareza, simplicidade.
No mundo dos negócios o tempo é escasso. Há alguns anos a situação ficou ainda pior porque o desemprego gerou, para os que permaneceram nas empresas, a responsabilidade de executar as atividades que antes eram realizadas pelos que foram demitidos. Esses profissionais não têm paciência para ler relatórios que não sejam objetivos, ou seja, que não "entrem logo no assunto". Longas introduções, justificativas detalhadas, explicações desnecessárias podem determinar que os argumentos mais importantes deixem de ser lidos. Expressões complexas, frases e parágrafos longos, geralmente são vistos sem atenção, para serem esquecidos de imediato.
A precisão é igualmente importante. Os adjetivos e advérbios, por exemplo, costumam ser lidos sob uma interpretação subjetiva. Cada um lê à sua maneira, não necessariamente com o mesmo sentido que o autor quis traduzir. "Produto de qualidade", "cores agradáveis", "preparo rápido", são expressões que não dizem nada, cada um entende como puder. A exceção fica por