Ler e escrever o mundo, do mundo e para o mundo
Muitos professores dentro de sua sala de aula banalizam e se posicionam contra a TV, mas, em casa, será que se posicionam diante dela? Pois a televisão é uma linguagem a mais que a escola tem que procurar entender para criticar, entender como se realiza a mensagem na sociedade.
Então, em vez de resistir e manter a posição de "não vejo e não gosto" cabe aos professores compreender a televisão como fenômeno social e estudar de que maneira — e com que técnicas — são feitos os programas de televisão. Em outras palavras, o que propõe é que a escola procure "alfabetizar" visualmente os alunos e os ensine a "ler" televisão. A rapidez da sucessão de imagens, a tendência de alguns telejornais de trabalhar com palavras muito simples são regras de fazer televisão sobre as quais é desejável que o aluno comece a pensar.
1- Como fazer da TV uma parceira da escola
1.1- A novela na vida dos brasileiros
Já é mais que um hábito reunir-se em frente à televisão após o jantar para assistir à telenovela, e automaticamente tornou-se também um ritual nos lares brasileiros. Cultuada, a novela dita moda, linguagem, hábitos e contribui para a alienação de seu público. A imagem de um “mundo perfeito” mostrada nas novelas dá uma visão distorcida da realidade. Os padrões divulgados são copiados e seguidos, porém, as pessoas não conseguem adaptá-los a uma vida real, o que gera ansiedade, angústia e frustração. Compramos a ideia ilusória de um mundo perfeito, em que todos os problemas são resolvidos, o mal é punido e o bem sempre vence. Romântico, mas irreal...
Mesmo sendo abordados os problemas sociais em novelas, para os telespectadores, a trama e o destino dos protagonistas são sempre priorizados. Isso faz com que não façamos nossas críticas e, assim, naturalizamos questões sociais graves passando a considerá-las normais ou comuns. Temas sobre drogas e homossexualismo exibidos em novelas são encarados como “uma livre opção de cada um” e não como um desafio para a