Ler e escrever estratégias de produção textuais
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E NATURAIS
DEPARTAMENTO DE LÍNGUAS E LETRAS
JÉSSICA SENA SALES
“O SISTEMA TRÁGICO COERCITIVO DE ARISTÓTELES” E
“É PRECISO ACABAR COM AS OBRAS-PRIMAS”
Trabalho apresentado ao curso de Letras – Português da Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, como requisito parcial para aprovação na disciplina de Estudos Literários II, ministrada pelo professor Sérgio da Fonseca Amaral.
VITÓRIA
2012
1 FONTE
BOAL, Augusto. Teatro do oprimido. 6 ed. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 1991.p.17-67.
1.1 O Sistema Trágico Coercitivo de Aristóteles
Desde Aristóteles e desde muito antes, já se colocavam os mesmos temas e argumentos que ainda hoje se discutem. De um lado se afirma que a arte é pura contemplação e de outro que, pelo contrário, a arte apresenta sempre uma visão do mundo em transformação, e, portanto, é inevitavelmente politica, ao apresentar meios de realizar essa transformação ou de demorá-la. Para Aristóteles, arte e política são independentes. Entretanto, o filósofo apresenta, na Poética, um raciocínio segundo o qual todas as atividades do homem, todas as artes, especialmente o teatro, podem ser consideradas políticas. E estabelece um sistema “poético-politico” de intimidação e coerção do espectador, sendo o teatro a forma mais artística e perfeita de coerção.
Para Aristóteles, "A Arte é uma imitação da Natureza". Assim, para o filósofo, Arte seria uma recriação do princípio criador das coisas criadas. Tal princípio criador foi definido anteriormente por diversos filósofos que buscavam uma explicação para a existência do mundo à sua volta e para a sua própria existência, como sendo uma matéria ou substância única, cujas transformações originaram todas as coisas conhecidas e associaram cada substância a uma força transformadora.