Leptospirose em cães
O primeiro possível caso de contágio humano foi relatado em 1800, ocorrido no Cairo, Egito, por um médico militar francês, Larrey, em dois indivíduos pertencentes ao exército napoleônico. Já a primeira possível observação de leptospirose canina foi feita 50 anos mais tarde, por Hofer.
Em 1907 foi dada a denominação de Leptospira interrogans à bactéria responsável pela infecção após ser observada em microscópio por Stimson, devido a sua forma espiralada com terminal em forma de gancho, lembrando um ponto de interrogação.
Os primeiros estudos brasileiros sobre a doença foram feitos por Aragão (Rio de Janeiro) e Carini (São Paulo) no ano de 1918; e a mesma em cães, por Darcoso Filho e Azevedo & Santos, em 1940 e 1945, respectivamente.
CARACTERÍSTICAS DO AGENTE
A leptospirose é causada por bactéria Gram negativa pertencente à família Treponemataceae, ordem Spirochaetales e gênero Leptospira.
As leptospiras são espiroquetas, com forma espiralada, flexíveis e móveis. São seres aeróbicos obrigatórios e parasitos por necessitarem de ácidos graxos para sua reprodução. Medem de 6 a 20 µm de comprimento com diâmetro de 0,1 a 0,2 µm.
Apresentam membrana citoplasmática e parede celular envolta por uma membrana externa com dupla camada composta de proteínas, fosfolipídeos e lipopolissacarideos na camada externa, que em condições desfavoráveis de pH, temperatura e em ambientes secos resultam em uma desorganização deste envelope, com consequente destruição do agente no meio ambiente. (FAINE et al., 1999)
A sobrevivência é favorecida na presença de água (podendo durar até 3 semanas) e umidade, em ambiente com pH entre 6 e 8, e temperatura, preferencialmente, entre 10°C e 34°C. No leite e na urina ácida não permanecem com vida por muito tempo; já na urina neutra ou alcalina, sobrevivem até 24 horas.
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