leproso
O Oriente Próximo em 1165
Balduíno III morreu no ano seguinte, sendo sucedido por Amalrico. Para subir ao trono, este foi forçado pela nobreza cruzada a anular o seu casamento com Inês de Courtenay, julgada de personalidade demasiado volátil e propensa a intrigas para se tornar rainha da Cidade Santa3 4 .
Inês manteve o título de condessa de Jafa e Ascalão (posteriormente seria também senhora de Sídon) e continuou a receber uma pensão pelo rendimento desse feudo; e a Igreja declarou Balduíno IV e Sibila filhos legítimos do rei, preservando o seu lugar na ordem de sucessão5 . Amalrico voltaria a casar-se em 1167 com Maria Comnena, de quem nasceria Isabel I de Jerusalém6 .
Enquanto Sibila foi enviada para ser educada com a sua tia-avó Ioveta, abadessa do convento de Betânia, Amalrico manteve o seu filho na corte de Jerusalém, tendo pouco contacto com a mãe. Aos nove anos de idade, a educação do herdeiro foi confiada ao historiador Guilherme de Tiro. Na sua Historia não poupou elogios ao falar da educação do seu jovem pupilo e, apesar do viés natural do autor, este rei ficaria na história com uma imagem de inteligência e cultura7 .
Foi também Guilherme quem descobriu que o jovem sofria de lepra, apesar de o diagnóstico só ter sido confirmado quando atingiu a puberdade: ao observar o seu pupilo a brincar com jovens da sua idade, tentando magoar-se uns aos outros com beliscões nos braços, o cronista reparou que Balduíno não parecia sentir dor, ao contrário das restantes crianças.
Esta condição foi imediatamente reconhecida como indício de uma doença grave, que seria identificada