Lenita
GEOLOGIA DA BACIA DE SANTOS A Bacia de
Santos está localizada na região sudeste da margem continental brasileira (Fig. 1), defronte aos estados do Rio de
Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, englobando uma área de 352.000 km2 e contendo espessuras sedimentares superiores a 10 km nos principais depocentros.
A grande dimensão aliada à escassez de dados e informações sobre a geologia e os sistemas petrolíferos conferem-lhe o status de bacia pouco conhecida. Todavia, as recentes descobertas de óleo e gás destacam-na como uma grande e promissora fronteira exploratória petrolífera no Brasil.
A evolução da fase rifte da Bacia de Santos resulta da propagação da ruptura das placas sul-americana e africana, no Eo-Cretáceo. O rifte Sul-Atlântico propagou- se de sul para norte, controlado pela distribuição de tensões regionais que condicionou a atenuação litosférica em ampla faixa de deformação, com estruturas de direção aproximada N-NNE na porção sul da Bacia de Santos, com inflexão para N40-50E na porção norte de Santos e, novamente, inflexão para N-NNE a norte do Alto de Cabo Frio (Correa et al. 2007).
Durante o desenvolvimento da fase sin-rifte I
(H0 – Fig. 2), ocorreu o confinamento dos esforços na porção da crosta que sofreu afinamento, provocando falhas crustais (Chang et al. 1992, Karner & Driscoll
1999). A fase sin-rifte II desenvolveu-se com litosfera parcialmente afinada, o que levou à diminuição da tensão vertical (σ1). A redução da tensão mínima (σ3) condicionou a ruptura sob condições de diminuição crescente da resistência ao cisalhamento, configurando processo de strain softening e formação de sistemas de falhas balizadas por uma segunda linha de charneira. A deformação foi concentrada nas porções crustais superiores, com a formação de sistemas de falhas com ângulo de caimento menor que o das falhas da fase sin-rifte
I, porém distribuídas por uma área mais ampla afetada por estiramento supra-crustal.
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