Leitura
Escreve-se para alguém normalmente. Não sendo assim é apenas terapia pessoal ou um passatempo sem maiores implicações ou conseqüências aparentes. E quando é criado um texto, daquele instante em diante aquelas linhas serão do mundo, de todos, e a cada um que lê cabe intrinsecamente a transformação da lógica, do conteúdo, da razão de ser da obra em si. Conhecendo e aprendendo, o indivíduo através da decifração da escrita amplia horizontes consideravelmente, assim como adiciona possibilidades a um texto. Esse ato descrito acima não é nenhum demérito a um escritor ou jornalista, pelo contrário, é a prova de que tais escritos levaram a discussões e a outras interpretações, enfim, o que se propõe é uma leitura crítica e consciente, nunca passiva. Na visão de Tufano (198? apud Bortolom et al) “um texto não traz, declarado, o seu sentido; é o leitor, que no diálogo com a linguagem passa a atribuir significados [...]. Nesse sentido crítico, não podemos ler pelos outros [...]; o ato de ler é solitário [...]. Não há leitura autêntica sem a marca do leitor.” O leitor torna-se seletivo, escolhe, decide o que lhe é útil. O processo de caminho à criticidade inicia-se em casa e é levado adiante na escola (claro, nas escolas que se doam a tal método instigante e essencial ao crescimento intelectual do Ser Humano). No lar têm-se, principalmente, os exemplos dos pais, no cotidiano, em momentos sem maior importância inclusive, pois uma criança que cresce vendo-os sempre entregues à leitura (independentemente do que se está lendo) terá chances maiores de que no seu próprio cotidiano seja formado por toda a vida o hábito de ler. E ler é ferramenta primordial para que o Ser Humano saiba posicionar-se, ter opiniões próprias, ser crítico, conforme tantos autores já louvaram. Pena que a grande maioria das escolas brasileiras de ensinos fundamental e médio não exerça essa prática com afinco, trilhe o caminho mais