Leitura
Os contos de fadas tradicionais foram retirados do folclore europeu, como por exemplo, a coleção doa Irmãos Grimm. Nesses contos estão presentes a situação servil dos oprimidos e a emancipação do herói é efetivada através do elemento mágico. O desenvolvimento da narrativa se processa através da dinâmica: situação inicial, condição do oprimido – desenrolar da ação –interferência do elemento mágico – permissão da emancipação do herói.
Os contos tradicionais estavam ao alcance da criança burguesa, daí a indignação; ( ... ) por que contos provindos de uma classe que não desfrutava nenhum privilégio social se prestam à educação da criança burguesa? ( Cademartori , 1984: 140 ). O conto clássico apresenta um mesmo desenvolvimento narrativo: a situação apresenta as dificuldades materiais do cotidiano do oprimido que, com o desenvolvimento da ação, é alterado pela interferência do elemento mágico, permitindo a emancipação do herói". ( Ibid., p. 140 )
Merkel e Richter, citados por Cademartori ( 1984 ) consideram os contos de fadas instrumentos de emancipação, um esboço compreensível da sociedade.
Os contos de fadas possuem um caráter emancipador à medida em que representam à criança desejos, tensões e temores com os quais ela se identifica. Na primeira, é ressaltada a importância de se contestar o autoritarismo da fada rainha, enfatizando a independência e postura crítica como fator de modificação da sociedade. Na Segunda, a descoberta é das crianças e o elemento mágico não é o salvador, apenas mostra o caminho, partindo para o sentido existencial e não conceitual da realidade.
Ao contrário dos contos tradicionais, as personagens são tomadas de conhecimento. O maniqueísmo também é desfeito e o texto mostra o elemento mágico como interpretação do real, indispensável para o entendimento da criança.
O conto realista tira as crianças dos sítios, onde passam as férias, para lhes mostrar a aspereza do mundo urbano, enfocando os resultados dos descuidos