leitura e escrita na alfabetização
Discutir sobre a leitura e a escrita na alfabetização tem se tornado, cada vez mais, uma atividade arriscada. Dentre tantos riscos, o mais previsível é o de nossos leitores nos acharem repetitivos ao afirmamos que os professores alfabetizadores devem alfabetizar letrando, discurso que tem sido recorrente na maioria dos textos sobre alfabetização. Um problema que está no âmbito desse discurso é o tratamento dado aos alunos que ainda não escrevem e não leem com autonomia como se eles assim já procedessem, esse fato torna-se mais complexo quando, ao prescreverem a alfabetização através de textos, muitas vezes, não dedicamos tempo e esforços para orientar atividades em que os alunos reflitam sobre o sistema alfabético de escrita. Temos bons exemplos do que estamos afirmando, em um encontro de formação de professores alfabetizadores. Outro exemplo do que estamos afirmando são livros de didáticos de alfabetização que apresentem uma variedade de gêneros textuais para leitura e produção de textos escritos, mas que, em contra partida, nem sempre desenvolvem boas atividades com base nas quais os alunos possam refletir explicitamente sobre os princípios do sistema de escrita. Observamos uma angustia muito grande por parte dos professores que alfabetizam em dar conta de uma proposta de alfabetização para o letramento, uma vez que essa perspectiva de aprendizagem do sistema notacional de escrita está relacionada aos seus usos e funções, no entanto, temos clareza de que, além do nosso sistema de escrita envolver um trabalho conceitual bastante complexo, a produção de textos escritos ainda requer que realizemos tarefas também, um tanto complexas: registrar, gerar e selecionar os conteúdos, pensar na maneira como esses conteúdos devem estar organizados no papel em branco, além dos processos de textualização, em que os alunos precisam fazer escolhas de recursos coesivos, seleção de vocabulário (como por exemplo, pelo processo de associação em