Leitura imagética : a contribuição das imagens no processo de produção de sentido na leitura de jovens e crianças .
No Brasil, quase um terço da população possui baixos níveis de letramento. Entre os jovens e adultos, considerando-se aqueles que têm mais de 15 anos, cerca de 10% são analfabetos, ainda que um terço deles já tenha passado pelo Ensino Fundamental. Entre as crianças, mais da metade das que chegam à 4ª série não têm apresentado um rendimento adequado em leitura. Quase 30% dessas crianças não sabem ler.
A escola há muito tempo apresenta na sua história, marcas de uma concepção mecânica de leitura muito forte e comprometedora no que se refere à formação de leitores. Muitas dessas marcas refletem e se reproduzem no fazer pedagógico de boa parte dos seus docentes. E o que podemos observar é que muitas são as tentativas e as metas que os professores, a partir da leitura, nas suas práticas individualizadas estabelecem para garantir ou pelo menos para contribuir com a formação do leitor. Porém, estas se apresentam de maneira tão desarticulada que, aquilo que poderia ser uma contribuição, torna-se um prejuízo.
A leitura que se apresenta na escola é aquilo que poderíamos chamar de leitura decodificada. Assim chamada porque, a partir do momento que o aluno está alfabetizado, no sentido mais restrito da palavra, fará uso dessa habilidade para ler na escola coisas como: enunciado de exercícios, problemas matemáticos, listas de palavras com escrita semelhante para que possa memorizá-las a fim de escrevê-las corretamente, conceitos, fatos históricos e informações muitas vezes bastante distantes de sua realidade, distante de seus interesses e inquietações e, algumas, até inúteis para a sua vida. Entretanto, esta prática implica na marginalização da função social da leitura. Ela se apresenta em função de outros objetivos que, para a escola, parece ter maior valor.
O ensino “gramaticalista” que tem na leitura de textos, sejam eles literários, jornalísticos, humorísticos, entre outros como um pretexto para o ensino das regras gramaticais é outro fator que