Leitura Colaborativa
E A
C OERÊNCIA
DOS
T EXTOS
P RIMEIRO , A C OERÊNCIA T EXTUAL 1
Conforme afirma Koch (2002)2, a coerência textual “diz respeito ao modo como os elementos subjacentes à superfície textual vêm a construir, na mente dos interlocutores, uma configuração veiculadora de sentidos”.
Diante disso, podemos afirmar que a coerência não está dada apenas na materialidade linguística – o texto, em si – mas é constituída por meio dela no processo de interação entre texto e leitor. Dito de outra maneira, é preciso que o texto faça sentido para o leitor para que este possa considerá-lo coerente.
A coerência de um texto, portanto, será tanto maior quanto melhor o leitor o compreenda, o que coloca para o produtor a demanda de ajustar esse texto às possibilidades de compreensão desse leitor; coloca a necessidade de encontrar estratégias linguísticas que possibilitem ao leitor compreender o que se pretende dizer.
Essas estratégias estão relacionadas a:
a) ajustar o texto aos conhecimentos do assunto que se presume que o leitor possua;
b) utilizar um registro que seja familiar a esse leitor;
c) selecionar um léxico passível de compreensão por ele;
d) dar um tratamento ao tema que seja assimilável pelo leitor;
e) utilizar recursos sintáticos que colaborem com o seu processo de compreensão.
Como podemos ver, a coerência de um texto é mais do que a utilização de recursos sintáticos adequados, mais que a articulação semântica entre as partes que compõem um texto e entre essas e o sentido geral desse texto. Para além disso, a coerência está na possibilidade de interpretação do que está dito no texto – seja ele oral ou escrito – pelo leitor.
Essa possibilidade de interpretação resulta da adequação do texto à situação de comunicação definida, dos efeitos de sentido que produz, do fio condutor da progressão temática, que confere coesão e unidade ao texto.
Conforme afirma Simon (2008; p. 2),3
“a coerência é responsável pelo sentido do texto,